Coloque a lealdade e a confiança acima de qualquer coisa; não te alies aos moralmente inferiores; não receies corrigir teus erros.
Coloque a lealdade e a confiança acima de qualquer coisa; não te alies aos moralmente inferiores; não receies corrigir teus erros.
Saber reconhecer os erros e corrigi-los é metade do caminho para saber viver uma vida com mais sabedoria. Não tenha vergonha ou receio de se desculpar!
A Sabedoria da Lealdade e a Força do Reconhecimento dos Erros
Vivemos tempos onde conceitos como lealdade e confiança são, muitas vezes, desvalorizados ou tratados com superficialidade. No entanto, essas virtudes têm um peso enorme na construção de uma vida plena e digna. O filósofo Mário Sérgio Cortella frequentemente nos lembra que a solidez de uma vida, tanto pessoal quanto coletiva, depende de alicerces bem fundamentados. E entre esses alicerces, a lealdade e a confiança ocupam lugar de destaque. Mas o que significa colocar a lealdade e a confiança acima de qualquer coisa? E, ainda mais importante, por que devemos aprender a reconhecer nossos erros e corrigi-los sem hesitação?
Em primeiro lugar, devemos entender que lealdade não é apenas uma questão de agir conforme o esperado por conveniência, mas sim de manter um compromisso genuíno com os princípios éticos e morais que acreditamos serem corretos. A lealdade transcende os momentos fáceis. Ela se revela quando as coisas estão difíceis, quando o vento sopra contra e quando temos a opção de abandonar o caminho, mas escolhemos permanecer firmes. A lealdade, nesse sentido, não é uma fidelidade cega, mas uma adesão consciente a valores superiores, mesmo que isso exija sacrifícios.
Já a confiança, por sua vez, é a base de qualquer relação significativa, seja ela pessoal ou profissional. Cortella nos ensina que confiar no outro não é sinônimo de ingenuidade, mas de sabedoria. A confiança é uma aposta que fazemos nas pessoas, e apostar implica risco. Contudo, é um risco necessário para que as relações possam florescer. Quando não há confiança, tudo se desmorona; a comunicação falha, a colaboração desaparece, e a convivência se torna frágil. Portanto, cultivar a confiança, tanto em nós mesmos quanto nos outros, é essencial para uma vida equilibrada.
No entanto, há um alerta. Ao colocarmos a lealdade e a confiança como princípios fundamentais, não podemos nos permitir cair na armadilha de nos aliarmos a pessoas moralmente inferiores. E aqui, o termo “moralmente inferior” não se refere à condição social, econômica ou intelectual, mas sim àqueles que falham em praticar as virtudes básicas da honestidade, integridade e justiça. Quando nos associamos a pessoas que desprezam esses princípios, corremos o risco de corromper nossos próprios valores. Como diz Cortella, “diga-me com quem andas e te direi quem és”. Assim, evitar alianças com os moralmente inferiores não é apenas uma questão de preservar nossa reputação, mas também de proteger nossa própria essência e caráter.
Agora, uma das questões mais delicadas que enfrentamos ao longo da vida é o reconhecimento dos próprios erros. Cortella nos ensina que errar faz parte da condição humana, mas o verdadeiro problema surge quando nos recusamos a aceitar os nossos erros e, mais ainda, quando nos negamos a corrigi-los. A vergonha de admitir falhas ou o medo de parecer fraco, muitas vezes, nos impede de tomar a atitude correta: a humildade de nos desculparmos e de corrigir o que está errado.
Reconhecer um erro é um dos atos mais libertadores e transformadores que podemos praticar. Não se trata apenas de se desculpar com os outros, mas também de nos reconciliarmos com nós mesmos. Ao admitirmos que erramos, damos um passo gigantesco em direção ao autoconhecimento e ao crescimento pessoal. O erro, portanto, não é o fim da linha; pelo contrário, ele pode ser o início de uma nova trajetória, mais consciente e sábia. Corrigir um erro é mostrar força de caráter, e não fraqueza. Mário Sérgio Cortella sempre salienta que a sabedoria não reside na perfeição, mas na capacidade de aprender e evoluir continuamente.
Outra lição importante é não deixar que o orgulho ou a vaidade nos impeçam de corrigir os erros cometidos. Quantas vezes, por receio de perdermos a nossa “pose” ou imagem diante dos outros, evitamos reconhecer as falhas? Isso é, sem dúvida, um grande equívoco. O orgulho mal direcionado só nos afasta do que realmente importa: a construção de uma vida ética e equilibrada. A humildade de reconhecer e corrigir é, na verdade, uma das maiores demonstrações de força e inteligência emocional que podemos oferecer ao mundo. Afinal, quem nunca errou, que atire a primeira pedra!
E como Cortella nos lembra, errar é parte do processo do ser humano. A vida é um constante processo de tentativa e erro, de acertos e enganos, mas o que define uma pessoa sábia não é a ausência de falhas, e sim a maneira como ela lida com elas. Portanto, ao invés de encarar o erro como uma sentença de fracasso, devemos vê-lo como uma oportunidade de aperfeiçoamento. Isso exige coragem, maturidade e, sobretudo, responsabilidade.
Não devemos esquecer que corrigir nossos erros é um ato de respeito, não apenas para com os outros, mas principalmente para com nós mesmos. Quando corrigimos uma falha, demonstramos que estamos comprometidos com a busca por uma vida melhor, mais justa e mais significativa. E isso é o que realmente importa. A vida não é sobre acumular sucessos, mas sobre lidar com os tropeços, aprender com eles e seguir em frente com mais sabedoria.
Por fim, vale a pena refletir: até que ponto estamos prontos para rever nossas ações e admitir nossas falhas? Será que estamos dando a devida importância à lealdade e à confiança? Estamos nos cercando de pessoas que compartilham desses mesmos valores, ou estamos permitindo que nossa ética seja corrompida por más influências? Essas são perguntas que devem nos acompanhar ao longo da jornada.
A vida é um constante ato de construção. E essa construção só será sólida se estivermos dispostos a edificar nossos dias sobre os pilares da lealdade, da confiança, da humildade e da capacidade de aprender com os erros. Não é a perfeição que buscamos, mas sim o progresso. E isso só será possível quando formos capazes de colocar a lealdade e a confiança acima de qualquer coisa, evitar alianças com os moralmente inferiores e, sobretudo, não temer corrigir nossos próprios erros.