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Como Ser o Senhor de Suas Emoções em Tempos de Excesso

Vivemos um mundo de estímulos excessivos que podem deixar nossa mente congestionada de emoções, conflitos, desejos.

As opiniões alheias, o excesso de informação disponível capaz de afetar nossa vida e nosso comportamento nos torna alvo de altos e baixos emocionais.

A verdade é que criamos esses altos e baixos para nós mesmos.

Repare em como os sentimentos surgem em sua mente e permeiam o seu corpo.

Quantos deles foram originados por suas crenças? Por uma interpretação que você fez?

Por uma necessidade que você mesmo criou? Por um medo que você acha que faz sentido, mas talvez devesse questionar?

Nada justifica o excesso de emoções. Ele gera descontrole. Seja o Senhor de suas paixões, e não o escravo delas.

Vivemos em uma era de estímulos incessantes. A cada momento, somos bombardeados por informações, opiniões e julgamentos, vindos de todas as direções. Redes sociais, notícias, mensagens instantâneas; tudo contribui para criar um ambiente em que nossas mentes frequentemente se veem congestionadas, sobrecarregadas por um turbilhão de emoções, conflitos internos e desejos aparentemente incontroláveis. Esse contexto nos torna vulneráveis a picos emocionais, como montanhas-russas psicológicas que parecem escapar de nosso controle. Mas, ao refletirmos com mais profundidade, será que não somos nós mesmos os arquitetos desses altos e baixos?

A grande questão que se impõe é: por que permitimos que forças externas moldem tanto nosso estado emocional? Como aponta o filósofo Mário Sérgio Cortella, a vida nos exige uma postura de consciência e responsabilidade. Não somos folhas ao vento, jogadas ao sabor das circunstâncias. Somos, ou podemos nos tornar, gestores de nossa própria interioridade. Isso implica não apenas em compreender como as emoções surgem, mas também em assumir o comando delas, evitando que nos transformemos em reféns de nossos próprios sentimentos.

A Origem das Emoções: Uma Reflexão Necessária

Pense por um momento: quantas das suas emoções são realmente suas? Isto é, quantas delas têm origem em suas crenças mais profundas, em vez de serem simplesmente uma reação automática a estímulos externos? Muitas vezes, o que sentimos está enraizado em interpretações que fazemos da realidade. Por exemplo, o medo pode ser fruto de uma interpretação equivocada sobre o que é perigoso. Um desejo intenso por algo pode estar mais relacionado à influência social do que a uma verdadeira necessidade.

Não é raro que, ao examinar esses sentimentos com calma, descubramos que eles são construções. Em outras palavras, foram criados por nós mesmos, com base em ideias que abraçamos sem questionar. Esse processo, embora natural, é perigoso quando deixado sem vigilância, pois pode nos conduzir a um estado de descontrole emocional, prejudicando nossa saúde mental e nossas relações.

A Cultura do Excesso e o Descontrole Emocional

A sociedade contemporânea não facilita essa vigilância. Vivemos em um mundo que valoriza o “sempre mais”: mais trabalho, mais conexão, mais produtividade. Esse excesso constante acaba por nos distanciar da nossa própria essência. Quando estamos sempre ocupados reagindo ao que vem de fora, não sobra tempo para introspecção. E é justamente nesse silêncio interior que reside a chave para compreender e, mais importante, controlar nossas emoções.

Mário Sérgio Cortella frequentemente nos lembra que a verdadeira sabedoria está em “descomplicar o que é complicado sem perder a profundidade”. Em termos emocionais, isso significa buscar uma simplicidade reflexiva: identificar quais sentimentos são relevantes e quais são apenas ruídos. Mais do que isso, significa cultivar a capacidade de observar as emoções sem se deixar levar por elas.

Tornando-se o Senhor de Suas Emoções

Para alcançar esse estado de serenidade, é preciso adotar algumas práticas. Primeiramente, é fundamental desenvolver a capacidade de questionar os próprios pensamentos e emoções. Pergunte-se: “Essa sensação faz sentido?” ou “Isso é realmente tão grave quanto parece?” Esse tipo de autorreflexão ajuda a desarmar a carga emocional associada a muitas situações.

Além disso, práticas como a meditação e o mindfulness podem ser ferramentas poderosas para nos tornarmos mais conscientes de nosso estado interno. Ao treinar nossa atenção, aprendemos a observar os pensamentos e sentimentos sem nos identificarmos automaticamente com eles. Isso não significa ignorar as emoções, mas sim estabelecer uma relação mais saudável com elas.

Outro ponto crucial é reconhecer a influência das expectativas externas em nossa vida. Vivemos em uma cultura que frequentemente nos diz como devemos sentir, agir ou reagir. Libertar-se dessa tirania cultural exige coragem e um senso de propósito bem definido. Quando sabemos o que realmente importa para nós, fica mais fácil descartar o que é irrelevante.

O Equilíbrio entre Razão e Paixão

A mensagem central é clara: não se trata de eliminar as emoções, mas de integrá-las de forma equilibrada em nossa vida. Como bem disse Aristóteles, a virtude está no meio-termo. Emoções são parte essencial da experiência humana; elas nos conectam, nos inspiram, nos alertam sobre perigos. Porém, quando em excesso, tornam-se um fardo.

Ser o senhor de suas paixões significa estabelecer um diálogo contínuo entre a razão e a emoção. É permitir-se sentir, mas também questionar, compreender e redirecionar esses sentimentos quando necessário. Ao fazer isso, não apenas conquistamos uma maior paz interior, como também nos tornamos mais resilientes diante dos desafios que a vida inevitavelmente apresenta.

Conclusão: Um Caminho de Consciência e Autodomínio

Em tempos de excesso, o autodomínio é uma forma de liberdade. Como nos ensina Cortella, “não podemos terceirizar a responsabilidade por aquilo que sentimos”. Ao assumirmos o papel de protagonistas de nossas emoções, deixamos de ser vítimas das circunstâncias e nos tornamos agentes ativos na construção de uma vida mais equilibrada e significativa.

Portanto, reserve momentos para observar suas emoções. Questione suas origens, reconheça sua influência e decida, conscientemente, qual espaço elas terão em sua vida. Afinal, a verdadeira liberdade emocional não é a ausência de sentimentos, mas a capacidade de escolhê-los com sabedoria.

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