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Corrigir Com Amor: Reflexões Sobre a Arte de Conviver

Procure antes colaborar com todos, sem fazer críticas.
A crítica fere, e ninguém gosta de ser ferido.
E a criatura que gosta de criticar, aos poucos, se vê isolada de todos.
Se vir alguma coisa errada, fale com amor e carinho, procurando ajudar.
Mas, sobretudo, procure corrigir os outros, através de seu próprio exemplo!

Ao longo da história da convivência humana, emerge uma lição essencial: o ato de corrigir é, antes de tudo, um convite ao crescimento mútuo. Contudo, a crítica, quando mal colocada, pode ser um instrumento de afastamento, um punhal que fere e afasta ao invés de aproximar. Como nos lembra o filósofo, há uma profunda diferença entre criticar para aferir e corrigir para construir. O primeiro é o reflexo da impaciência; o segundo, um ato de amor.

Para começar, é preciso compreender o impacto emocional das palavras. Quando uma crítica é feita de forma ríspida ou insensível, ela não apenas mágoa, mas também desestimula. Poucas pessoas se sentem motivadas a mudar por meio de palavras que rebaixam ou humilham. O ser humano, por natureza, deseja reconhecimento e acolhimento. Ninguém quer ser ferido – e quem o faz, cedo ou tarde, descobre a amarga solidão de sua postura.

Por outro lado, a crítica construtiva, que nasce do desejo genuíno de colaborar, é um presente que enriquece as relações. Mas, para ser eficaz, ela deve ser expressa com sensibilidade e respeito. É como um artesão moldando o barro: a força desmedida pode destruir, enquanto a delicadeza cria algo belo. Assim, ao identificar algo errado, é imprescindível abordar o outro com empatia e compaixão, buscando não a destruição de seu ego, mas o fortalecimento de sua confiança.

Além disso, há uma poderosa ferramenta que transcende as palavras: o exemplo. Corrigir pelo exemplo é uma manifestação silenciosa de sabedoria. Afinal, como podemos exigir dos outros aquilo que nós mesmos não praticamos? Viver de acordo com os valores que desejamos compartilhar é uma forma de ensinar sem impor, de transformar sem confrontar. Como bem pontua Mário Sérgio Cortella, “a coerência é o grito mais eloquente de quem deseja inspirar mudanças.”

No entanto, ser exemplo não significa ser perfeito, mas sim ser honesto em suas imperfeições. Quando admitimos nossos próprios erros e nos mostramos dispostos a corrigi-los, abrimos espaço para que os outros também se sintam seguros para melhorar. É nesse movimento de reciprocidade que se constroi uma convivência saudável e enriquecedora.

Vale lembrar que a correção feita com amor não é condescendência, mas sim responsabilidade. Quando fechamos os olhos para o erro ou ignoramos uma situação que precisa ser ajustada, não estamos protegendo ninguém, mas apenas postergando um problema. É como um educador que, ao não corrigir um aluno, priva-o da oportunidade de aprender e crescer.

Por isso, a arte de corrigir exige equilíbrio. É necessário unir firmeza à ternura, verdade à gentileza. É dizer o que precisa ser dito, mas de uma forma que edifique, não destrua. Como em uma conversa entre amigos, o tom é tão importante quanto o conteúdo. O que fica nas entrelinhas é tão relevante quanto às palavras pronunciadas.

E, finalmente, ao corrigir com amor e pelo exemplo, somos capazes de construir pontes em vez de erguer muros. Transformamos situações de conflito em oportunidades de aprendizado, e relações frágeis em laços de confiança. Afinal, como seres humanos, não buscamos apenas corrigir erros; queremos, acima de tudo, fortalecer as conexões que nos unem.

Que possamos, então, lembrar que cada palavra dita e cada ação tomada são sementes lançadas no solo das relações humanas. Cabe a nós decidir se queremos colher frutos de compreensão e respeito ou arbustos de mágoa e afastamento.

 

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