Um rato, preocupado porque o fazendeiro comprou uma ratoeira correu ao pátio da fazenda gritando a todos:
– Há uma ratoeira na casa!
A galinha, disse:
– Desculpe-me Sr. Rato, mas isso não me prejudica em nada.
O porco lhe disse:
– Fique tranquilo Sr. Rato que o senhor será lembrado nas minhas preces.
O rato dirigiu-se então à vaca. E ela lhe disse:
– Uma ratoeira? Isso não me oferece perigo.
Então o rato voltou para a casa cabisbaixa.
Naquela noite a ratoeira desarmou e no escuro, a mulher do fazendeiro
não viu que havia pego a cauda de uma cobra venenosa. E a cobra picou a mulher…
A mulher ficou muito doente e o fazendeiro teve que matar a galinha e fazer uma canja.
Como a doença da mulher continuava, muitos vieram visitá-la. Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.
A mulher morreu e o fazendeiro então sacrificou a vaca para alimentar a todos que vieram para o funeral.
Lembre-se que, quando há uma ratoeira na casa, toda a fazenda corre risco.
(João 15:13) – Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.
A história do rato que avisa sobre a ratoeira traz uma poderosa reflexão sobre a interdependência entre todos os seres. Quando o rato se depara com a ratoeira, sua reação imediata é buscar auxílio, mas cada animal na fazenda, ao enxergar apenas o próprio interesse, ignora o alerta. O que eles não percebem é que, embora o problema não parece afetá-los diretamente, o desequilíbrio de uma parte pode reverberar em toda a coletividade.
Nessa narrativa, encontramos uma metáfora para a vida em sociedade. Quantas vezes, em nossas próprias realidades, ignoramos o sofrimento ou as dificuldades dos outros por achar que “não é problema nosso”? A galinha, o porco e a vaca simbolizam aqueles que se isolam em suas bolhas, sem entender que a fragilidade de um elemento pode, eventualmente, desestruturar o todo.
A frase “quando há uma ratoeira na casa, toda a fazenda corre risco” nos lembra que a solidariedade e o cuidado mútuo são fundamentais. Ignorar os problemas dos outros é um caminho curto para que esses problemas também nos afetem. No fundo, o que acontece com o outro, em maior ou menor medida, acontece conosco. A interdependência é o fio que tece o tecido social.
E há ainda outra lição profunda: o egoísmo e a indiferença são posturas que, a longo prazo, trazem prejuízos para todos. Tal como no exemplo da fazenda, a falta de empatia com o rato culminou em perdas que poderiam ter sido evitadas. Quando as dificuldades surgem, nossa capacidade de nos unir, de ajudar e de compartilhar responsabilidades é o que define o sucesso ou o fracasso coletivo.
Em tempos de individualismo exacerbado, essa história é um convite à reflexão sobre nosso papel no mundo e nossa responsabilidade com o outro. Afinal, como nos lembra João 15:13, o maior amor que podemos ter é aquele que se manifesta na entrega, no sacrifício e na proteção de quem está ao nosso redor.